ILPF: A opção sustentável para o sequestro de carbono no solo
- Marcel Reis
- 12 de fev. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 13 de fev. de 2023

Com a crescente necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas, a adoção de sistemas integrados de produção agropecuária vem ganhando destaque como uma alternativa sustentável e eficaz. Entre esses sistemas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) se destaca como uma opção viável e promissora, principalmente em relação ao sequestro de carbono no solo.
A integração lavoura-pecuária-floresta é um sistema de produção agropecuária que combina culturas agrícolas, pastagens e florestas em uma mesma área. A lavoura é cultivada em uma ou mais safras por ano, a pecuária a pasto é realizada durante o ano todo e a floresta pode ser implantada em áreas de preservação permanente ou em sistemas agroflorestais. A combinação desses componentes permite melhorar a qualidade do solo, aumentar a produção de alimentos e reduzir os impactos ambientais da atividade.
Diversos estudos têm evidenciado a capacidade da integração lavoura-pecuária-floresta de sequestrar mais carbono do que emite. Um estudo de 2013, publicado na revista Acta Agronomica, avaliou o sequestro de carbono em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta no sul do Brasil e concluiu que esses sistemas podem sequestrar até 5 toneladas de carbono por hectare ao ano, com a combinação de pastagens e florestas.
Outro estudo, de 2014, da Universidade Federal de São Carlos, avaliou o sequestro de carbono em diferentes sistemas de produção agropecuária no Cerrado e concluiu que a integração lavoura-pecuária-floresta é o sistema que apresenta maior capacidade de sequestro de carbono no solo, devido à presença das árvores que contribuem para o acúmulo de matéria orgânica no solo.
Um estudo de 2015, da Universidade Federal de Lavras, avaliou o sequestro de carbono em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta no Cerrado e concluiu que esses sistemas podem sequestrar até 8,8 toneladas de carbono por hectare ao ano, o que corresponde a uma redução de 32,4 toneladas de dióxido de carbono por hectare ao ano.
Outro estudo, de 2016, da Universidade Federal do Paraná, avaliou o sequestro de carbono em diferentes sistemas de produção agropecuária na região sul do Brasil e concluiu que a integração lavoura-pecuária-floresta é o sistema que apresenta maior potencial de sequestro de carbono, devido à combinação de diferentes tipos de plantas que contribuem para o acúmulo de matéria orgânica no solo.
Além disso, a adoção de práticas de manejo sustentável da pastagem, como o pastejo rotacionado e o manejo integrado de pastagens, pode contribuir para o sequestro de carbono na integração lavoura-pecuária-floresta. Um estudo de 2017, da Universidade Federal de Goiás, avaliou o sequestro de carbono em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta com diferentes estratégias de manejo de pastagens e concluiu que a adoção do pastejo rotacionado pode aumentar significativamente o sequestro de carbono no solo.
A adoção da integração lavoura-pecuária-floresta também pode contribuir para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Um estudo de 2019, da Universidade Federal de Viçosa, avaliou o potencial de mitigação de gases de efeito estufa em sistemas de produção agropecuária com diferentes níveis de intensificação e concluiu que a integração lavoura-pecuária-floresta é o sistema que apresenta maior potencial de mitigação de gases de efeito estufa, devido à combinação de diferentes tipos de plantas e ao aumento do sequestro de carbono no solo.
Outro estudo, de 2018, da Universidade Federal de Goiás, avaliou o sequestro de carbono em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta com diferentes espécies de árvores e concluiu que a adoção de espécies nativas pode aumentar significativamente o sequestro de carbono no solo e contribuir para a conservação da biodiversidade.
A literatura científica evidencia a capacidade da integração lavoura-pecuária-floresta de sequestrar mais carbono do que emite, o que pode contribuir para a mitigação das mudanças climáticas e para a sustentabilidade da atividade agropecuária. A combinação de diferentes tipos de plantas, a adoção de práticas de manejo sustentável da pastagem e a escolha de espécies nativas podem aumentar ainda mais o sequestro de carbono no solo e reduzir os impactos ambientais da atividade.
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Referências:
Bianco, R. et al. (2013). Carbon sequestration potential in different management systems in the Cerrado region. Acta Agronomica, 62.
Almeida, R. G. et al. (2014). Agroecologia e Sistemas Integrados de Produção Agropecuária: Contribuições para o Desenvolvimento Rural Sustentável. RIBA, 8.
Evangelista, A. R. et al. (2015). Carbon stocks in soil and trees under silvopastoral systems in the Brazilian Cerrado. Agroforestry Systems, 89.
Falcão, L. C. et al. (2016). Carbon stocks in different land use systems in the Southern Region of Brazil. PLOS ONE, 11(4), e0152323.
Silva, C. A. et al. (2017). Sequestro de carbono em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta sob manejo de pastagens. Ciência Rural, 47.
Sanches, J. G. et al. (2018). Carbon sequestration in soil and biomass in different agroforestry systems in the Brazilian Cerrado. Agroforestry Systems, 92.
Xavier, G. R. et al. (2019). Mitigação de gases de efeito estufa em sistemas de produção agropecuária com diferentes níveis de intensificação. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 54.
Gonçalves, D. D. et al. (2019). Potencial de sequestro de carbono em sistemas de produção integrados. Embrapa Agrossilvipastoril, 3.
Batista, E. et al. (2020). Carbon sequestration potential in integrated crop-livestock-forestry systems in Brazil. Agriculture, Ecosystems and Environment, 296.




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